O território quilombola Brejão dos Negros, em Sergipe, se prepara para segunda edição da celebração da colheita do arroz agroecológico. A atividade ocorrerá no próximo dia 28 de setembro, a partir das 9h, na comunidade quilombola de Resina, em Brejo Grande (SE). A expectativa de colheita para esse ano de 2024 é de 300 toneladas. Em 2023, pela primeira vez a comunidade acessou recursos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Governo Federal.

O arroz é cultivado totalmente sem produtos químicos e toda a produção, colheita e beneficiamento é feita no território quilombola, onde há o amplo cultivo de outros alimentos agroecológicos e sem veneno, como frutas e verduras, derivados do coco e pescados.  

Para o agente Cáritas e coordenador na Rede Balaio de Solidariedade, Mauro Luiz Cibulski, será um momento importante de celebração, sobretudo, do acesso do quilombo à política pública. “É muito importante celebrar a vida e a colheita. Sem dúvida alguma é uma grande alegria para o quilombo compartilhar sua produção e mostrar todo o seu potencial socioprodutivo numa perspectiva sustentável e em plena harmonia e cuidado com o meio ambiente, a nossa casa comum.”, destaca.

A Cáritas Brasileira Regional Nordeste 3 é uma parceira, por meio da Rede Balaio, desde o início da produção. “Apoiamos no processo de produção onde viabilizamos a aquisição de insumos como adubo e sementes e no acompanhamento com assistência técnica”, completa Cibulski.

Ainda, de acordo com o agente Cáritas, a pelo menos 16 anos a Cáritas Diocesana de Propriá realiza um trabalho de apoio no processo de luta pela terra e contribui efetivamente com produção do arroz agroecológico. São 400 hectares de terras quilombolas onde várias famílias vivem. O território quilombola Brejão dos Negros como um todo, no qual o quilombo Resina faz parte, faz o cultivo do arroz em aproximadamente 50 hectares de terra. 

Programação

O dia de festejos tem início previsto para as 9h com a visita às lavouras de arroz. Logo em seguida, às 10h30, haverá um momento de falas e reflexão com uma mística e composição de mesa de abertura integrada por representantes da comunidade e de instituições parceiras. Às 12h30, um ato ecumênico inter-religioso conclui a programação convidando as pessoas presentes para um almoço coletivo de celebração.

É esperada a presença de parceiros dos movimentos socais e de entidades parceiras como o Instituto Braços (SE), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAC) e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Rede Balaio de Solidariedade

Surgida em 2019, a Rede Balaio de Solidariedade agrega mais de 50 empreendimentos da Economia Popular Solidária nos estados da Bahia e de Sergipe e vem somando esforços na comercialização e aquisição de insumos, além de contribuir para o fortalecimento de mulheres que atuam em coletivo gerando renda para o sustento de suas famílias nas mais diversas comunidades. A rede possui lojas em Feira de Santana, Banzaê e Rui Barbosa, na Bahia.

ASCOM Cáritas NE3

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