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Representantes da Cáritas Alemã visitam comunidades acompanhadas pela Cáritas Nordeste 3

Institucional

Claudio Moser e Andrea Bruns escutaram histórias de lutas, conquistas e desafios em expedição a comunidades sergipanas

Publicação: 04/12/2023


Histórias de lutas, conquistas e desafios fizeram parte dos relatos e partilhas de integrantes de comunidades visitadas por agentes da Cáritas Alemã nas comunidades de Resina, em Ilha das Flores, Riacho do Meio, em Umbaúba e Salgado (SE), nos dias 2 e 3 de dezembro.

Dona Marilia é uma das anciãs na comunidade de Resina, situada na região da Foz do Rio São Franscisco, em Sergipe. Segundo a moradora, na década de 1970, quando ela chegou na comunidade não tinha energia elétrica nem moradia digna. “Vivíamos com panos nos olhos até a chegada da Cáritas através de Padre Isaias”, relatou.

Dona Iraneide destacou a luta dos moradores locais por acesso a direitos. “Até hoje a gente continua lutando e já conseguimos casas. A luta foi fundamental diante das diversas ameaças de morte de moradores aqui da comunidade, diante da disputa pelo território”, contou.

Entre as diversas parcerias que apoiam a comunidade para a conquista de seu território, o trabalho de conscientização, formação e estruturação feito pela Cáritas ganha destaque – desde pequenos projetos de geração de renda como criação de galinhas, projeto de barco e pesca até a produção de arroz agroecológico e o fortalecimento da Rede Balaio, esta última criada em 2019 com a produção de alimentos em diversas regiões da Bahia e de Sergipe, além do artesanato qu contribuem para a transformação social nos territórios de atuação da Caritas Nordeste 3 nos dois estados.

Já conquistamos muito, mas precisamos avançar mais. É necessário discutir o modelo, refletir com a sociedade que a produção de alimentos perpassa pelo acesso à terra”, apontou o agente Cáritas de Propriá, Mauro Luiz Cibulski.


FOTO: Alan Lusttosa


Uma das lideranças locais, Magno enfatizou a importância da unidade nas lutas coletivas frente à especulação imobiliária e devastação dos manguezais pelos grandes empreendimentos na região. Depois de muitos anos de resistências, o território quilombola de Brejão dos Negros foi reconhecido recentemente, em novembro de 2023, como terras remanescentes de Quilombo – que, para a liderança é fruto da unidade da luta.

Na comunidade de Riacho do Meio, em Umbaúba, são desenvolvidos pelo Movimento Camponês Popular que atua há 9 anos em Sergipe com a contribuição da Cáritas, trabalhos com mulheres para a geração de renda a partir da mandiocultura e da comercialização da laranja por meio de programas federais como Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Depois da aquisição de um fogão e uma batedeira industrial, a renda das famílias têm aumentado com a venda de iguarias como bolos de leite, laranja, tapioca e pé de moleque.

O representante da Cáritas Alemã, Claudio Moser, destacou a importância da ação da Cáritas como abordagem integral. Segundo ele, a entidade vai deixando seus impactos e legado nos territórios, a partir do empoderamento das pessoas que deles fazem parte.


FOTO: Alan Lusttosa

Intercâmbio do Projeto Içá: Ação e Proteção

Em Salgado, Sul de Sergipe, os agentes das Cáritas Alemã conheceram de perto a experiência do Projeto Içá: Ação e Proteção durante o 2º Intercâmbio do projeto, evento sediado na Casa Serena – instituição parceira da Cáritas Brasileira Regional Nordeste 3 que atua com crianças, adolescentes e mulheres por meio da alfabetização, de atividades socioeducativas, culinária, artesanato e costura.

O intercâmbio buscou promover a troca de experiências entre coletivos de cinco municípios acompanhados pelo projeto, sendo Salvador, Feira de Santana e Elísio Medrado, na Bahia; e Tomar do Geru e Salgado, em Sergipe. Ao longo da atividade, os participantes refletiram o caminho percorrido em 2023 com troca de metodologias e uma roda de conversa sobre a incidência política no enfrentamento à violência sexual de crianças e adolescentes nos dois estados, com apoio de membros dos Comitês Estaduais de Enfrentamento à Violência Sexual; também construíram propostas conjuntas para execução em 2024.  Participaram voluntários do projeto entre representações do poder público (conselho tutelar, CRAS, CREAS e SCFV) e da sociedade civil (lideranças religiosas, educadores sociais e líderes comunitários).

Para a assessora regional na Cáritas Nordeste 3, Denise Azevedo: “Momentos como esse são importantes para reacender as esperanças, realinhar as expectativas, refletir sobre os indicadores, trocar conhecimentos e experiencias e capacitar nossos voluntários que são as mães, os olhos e pernas do projeto nos territórios”, concluiu.


 

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