No dia 27 de setembro, foi realizado um encontro entre representantes da Caritas Brasileira (Regional Norte 2 e Nordeste 3), Secretaria Nacional de Pastoral Social - Caritas Colombia, Caritas Honduras da Diocese de São Pedro Sula, Caritas Alemanha, a Relatora para Povos Afroescendentes e contra a Discriminação Racial, Margarette May Macaulay, a representante da Relatoria Especial sobre Direitos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (DESCA), Janina Heller e a especialista em Direitos Humanos, Laura Morelo, entre outros membros da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
O objetivo do encontro foi iniciar diálogos sobre os problemas - comuns aos três países - mencionados no Programa Global das Comunidades de Nossa América Latina, um projeto das Cáritas financiado pelo Ministério Federal Alemão de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (BMZ). Assim, discutiu-se a violação dos direitos à autodeterminação e aos territórios das comunidades quilombolas do Norte e Nordeste do Brasil; os problemas existentes de acesso à terra, direito ao território e ações de discriminação ambiental na Colômbia com comunidades em condições de vulnerabilidade em dois pontos da Amazônia; e em Honduras, a complexa situação do povo Garífuna que acompanha a Diocese de São Pedro Sula. Todos esses fatos estão ligados à discriminação e ao racismo ambiental, e consequentemente conectados a outros problemas estruturais.
Depois de ouvir as preocupações levantadas pelos representantes das Cáritas, a Comissária Macaulay e a Representante Heller, falaram sobre a importância de um trabalho conjunto para dar visibilidade aos problemas vividos por estas populações: “Podemos fazer uma colaboração muito valiosa. Se unirmos forças, seremos mais fortes”, afirmou a Comissária.
Assim, inicia-se um caminho de colaboração mútua em defesa dos Direitos Humanos, contra a discriminação estrutural e os padrões históricos de racismo ambiental entre o Programa Global e essas duas relatorias da CIDH. Ambas as partes reafirmaram seu compromisso de amplificar a voz das comunidades que hoje sofrem por omissões ou cumplicidade dos Estados e instituições privadas, ações racistas, pobreza estrutural, presença de megaprojetos e desigualdade nas áreas rurais dos três países.
Temas como os Protocolos de Consulta prévia, livre, informada e de boa fé, a "Convenção Interamericana contra o Racismo e todas as Formas de Discriminação e Intolerância", o acompanhamento da ratificação do "Acordo de Escazú", entre outros, serão protagonistas dessa relação que está sendo construída entre as comunidades do Programa Global e esse espaço proporcionado por essas relatorias.
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Veja abaixo a notícia de Julho de 2022, quando a a Relatora para Povos Afroescendentes e contra a Discriminação Racial, Margarette May Macaulay, encontrou o Grupo do Programa Global no Intercâmbio na comunidade quilombola do Abacatal, localizada na cidade de Ananindeua (PA).
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