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Cultura quilombola: Cáritas apoia Festa dos Pescadores e Marisqueiras no Alto do Tororó

Áreas de Atuação

Iniciativa foi realizada pela Associação de Mulheres Akomabu (AMA)

Publicação: 30/06/2023


O Quilombo Alto do Tororó viveu um momento histórico nesta quinta-feira (29). Isso porque há pelo menos 40 anos a comunidade não realizava sua tradicional festa dos pescadores e marisqueiras e pôde resgatar essa cultura e festejo tão importantes para seu povo. A iniciativa teve apoio de parceiros como a Cáritas Nordeste 3 e o Centro Público de Economia Solidária (Cesol) Salvador.


Festejo reuniu diversas manifestações culturais da comunidade. FOTO: Rafael Lopes


O Quilombo Alto do Tororó existe e resiste desde o início do século XVIII. A comunidade fica em São Tomé de Paripe, em Salvador. Quem viu de perto o festejo nos anos remotos e agora vê sua retomada é a quilombola Fátima Lima, anos 64 anos. “Estou muito feliz porque depois 40 anos pudemos trazer de volta nossa festa do pescador graças a nossos parceiros. Quero agradecer a todas as instituições que nos ajudaram a resgatar essa cultura de volta. Espero ter anos de vida e saúde para darmos continuidade à festa do pescador”, comemorou.


Fátima Lima é uma das protagonistas da história e memória do Quilombo Alto do Tororó. FOTO: Rafael Lopes


Para ela, ver a juventude engajada e participando da cultura local é uma realização. “É muito gratificante porque é essa juventude que vai dar continuidade a nossa cultura, nossos costumes, que não podem se perder no tempo. Temos trabalhado com as crianças e os jovens para que eles tenham consciência da importância da preservação de nossa cultura”, acrescentou.

Filha de Dona Fátima, Bárbara Marê é jovem e participa ativamente das atividades do quilombo. Para ela, o festejo é uma oportunidade de “aquilombamento”. Para além do fortalecimento da ancestralidade, percebo esse momento com uma oportunidade de aquilombamento pois vivemos numa globalização e percebemos que muitas coisas vão se perdendo. Então, resgatar essa festa que já tinha mais de 40 anos sem ser realizada é aquilombar-se. Ver as crianças participando de um momento como esse é legitimar a frase “Resistir para existir””, concluiu.


Bárbara Marê vive nova era com resgate das tradições e valorização da cultura local. FOTO: Rafael Lopes


Ao longo do dia, diversas atividades fizeram parte da festa como a corrida de canoa, samba de roda, samba junino, apresentação de capoeira e bumba-meu-boi. Além da Cáritas NE3 e do Cesol Salvador, também apoiaram o evento a Cirandas Assessoria e o Coletivo Resistência Preta. A Cáritas Nordeste 3 atua na comunidade por meio do Programa Global das Comunidades Tradicionais de Nossa América Latina - projeto que leva incidência política, intercâmbios e atividades formativas a comunidades da Bahia e de Sergipe.

 

Concurso de Canoas foi uma das atrações da festa. FOTO: Rafael Lopes


Ascom Cáritas NE3

Rafael Lopes | DRT/BA 4882

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