Defesa dos direitos da criança e dos adolescentes: experiências
e vivências do Projeto Içá - Ação e Proteção. Foi sobre esse assunto que a assessora
no regional Nordeste 3, Inéria Florinda Santos, e o voluntário no Projeto Içá,
Emerson Gomes, dialogaram na atividade autogestionada da Cáritas Brasileira
realizada neste sábado (30) durante o 10º Fórum Social Panamazônico (Fospa) que
segue com programação até domingo (31) na Universidade Federal do Pará (UFPA).
Foram apresentadas algumas ações e nos estados da Bahia e
Sergipe, entre elas o “Só Papo” – sopa com bate-papo que faz parte do
Evangeliza Feira, iniciado com a distribuição de sopa e que vai além da ajuda
humanitária. “Não era apenas fome que as pessoas tinham. Eles tinham fome de um
espaço que pudessem trocar conhecimentos, debater garantia básicas de direitos
como o ir e vir das crianças e adolescentes”, destaca Emerson Gomes.
FOTO: Aline Gallo
“Minha concepção mudou. Eu sentia que as crianças do projeto
precisavam de mim, mas me dei conta que era eu quem precisava delas",
acrescenta o voluntário.
Grupos socioprodutivos integrados por mulheres em Salvador e
Feira de Santana também foram destaque na atividade. Por meio da formação
modular de viabilidade econômica e práticas integrativas é feita a composição
de potencialidades trazidas pelas próprias mulheres para a produção de itens
que são comercializados pela em espaços de Economia Popular Solidária (EPS)
como as feiras territoriais da Cáritas Nordeste 3.
Mas, como afirma a assessora regional, o projeto não abrange
apenas a produção. “Trabalhamos diversos aspectos de forma mais ampla com as
mulheres, principalmente as mães de crianças que sofrem violências sexuais e
vivem em uma família dominadas pelos homens – são, em sua maioria, mães solo e
a cobrança financeira sobrecarrega, chegando a provocar um processo de culpa para
as próprias crianças e adolescentes por determinadas violações”, reitera Inéria
Florinda Santos.
Iniciativas como o Conexão Jovem realizado junto à
Associação das Comunidades Paroquiais de Mata Escura e Calabetão (Acopamec), em
Salvador, o Sarau Faça Bonito, a caminhada do 18 de Maio, o Grito dos Excluídos
e o Intercâmbio de Juventudes também foram abordados na apresentação da dupla
que debateu junto aos participantes outras questões pertinentes como a violação
de direitos das crianças e adolescentes e a necessidade de avanço no que tange
às denúncias de violências sexuais que ocorrem no meio infanto-juvenil.
FOTO: Aline Gallo
A lista de atividades desenvolvidas pelo regional inclui também a participação em espaços de incidência, formações em advocacy, participação na construção de plano plurianual e de planos de incidência e sustentabilidade, bem como formação para os conselhos tutelares e de direitos – algumas ações envolvem a parceria com a secretaria de Justiça do Estado da Bahia.
“Este é um trabalho desafiador pois muitas mulheres sofrem,
diariamente, boa parte das violações de direitos e muitas vezes não percebem
que fazem parte desse ciclo. Assim, nossa ação ajuda o público feminino a se
aproximar de debates importantes de autorrespeito e empoderamento, ao passo em
que contribui para a autoestima”, completa a assessora.
Assessoria de Comunicação
Cáritas Nordeste 3