Assinatura de contrato
será sexta-feira (29) em Brejo Grande (SE) e terá presença do Presidente da
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e representante do Ministério do
Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA)
A Festa da Colheita que celebra a produção de arroz
agroecológico em Sergipe esse ano tem um motivo a mais para comemorar: pela
primeira vez na história, uma comunidade quilombola acessa recursos do Programa
de Aquisição de Alimentos (PAA), do Governo Federal. O ato de celebração será
sexta-feira (29), a partir das 9h, na comunidade quilombola de Resina, em Brejo
Grande (território quilombola de Brejão dos Negros, SE).
De acordo com a Cáritas Brasileira Regional Nordeste 3 –
instituição que apoia a produção agroecológica por meio da Rede Balaio de
Solidariedade –, é esperada a colheita de cerca de 180 toneladas de arroz
distribuídos em 23 hectares em que a comunidade de Resina realiza o cultivo do
alimento. Trata-se de uma produção totalmente sem produtos químicos e realizada
num território quilombola, onde há o amplo cultivo de alimentos agroecológicos
e sem veneno, como derivados do coco e pescados.
Presente na atividade, o Presidente da Conab, Edegar Pretto,
deverá assinar os dois projetos que foram aprovados pela estatal. Estes são os
dois primeiros projetos de comunidades quilombolas no Brasil a acessarem o PAA
e os dois primeiros projetos liberados para Sergipe. Ao todo, será celebrado um
contrato no valor de R$ 650 mil para a aquisição do arroz agroecológico
produzido na comunidade.
Para o agente Cáritas e coordenador na Rede Balaio de
Solidariedade, Mauro Luiz Cibulski, será um momento importante de celebração,
sobretudo, do acesso do quilombo à política pública. “Primeiro é importante
celebrar a vida e a colheita, comemorar a conquista do acesso à política
pública pelo quilombo, colocar na mesa do povo urbano – com o PAA, a Conab fará
a aquisição do arroz e este será doado em Aracaju a outras entidades que farão
entrega a famílias carentes. É uma grande alegria para o quilombo, além de
compartilhar sua produção, também oferecer alimento saudável para o povo
sergipano que mais precisa.”, destaca.
A Cáritas é uma parceira, por meio da Rede Balaio, desde o
início da produção. “Apoiamos no processo de produção onde viabilizamos a aquisição
de insumos como adubo e sementes e no acompanhamento com assistência técnica”,
lembrou Cibulski.
Ainda, de acordo com o agente Cáritas, há pelo menos 15 anos
a Cáritas Diocesana de Propriá realiza um trabalho de apoio no processo de luta
pela terra e contribui efetivamente com produção do arroz agroecológico. São
400 hectares de terras quilombolas onde várias famílias vivem. O quilombo de
Resina faz o cultivo do arroz em 23 hectares destes, às margens do Rio São
Francisco.
Programação
Com início previsto para as 9h, com a chegada na lavoura, a
atividade ocorrerá até meio dia, quando um almoço coletivo fará a culminância
da festa. Por volta das 10h, haverá um ato político com o Presidente da Conab,
representante do MDA, parceiros e outras representações de entidades convidadas
pelo território quilombola Brejão dos Negros e pela Cáritas Brasileira Regional
Nordeste 3. É esperada a presença de parceiros dos movimentos sindical,
populares e das pastorais do campo, bem como a sociedade como um todo, além de
representantes da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Rede Balaio de
Solidariedade
Surgida em 2019, a Rede Balaio de Solidariedade agrega mais
de 50 empreendimentos da Economia Popular Solidária nos estados da Bahia e de
Sergipe e vem somando esforços na comercialização e aquisição de insumos, além
de contribuir para o fortalecimento de mulheres que atuam em coletivo gerando
renda para o sustento de suas famílias nas mais diversas comunidades. A rede
possui lojas em Feira de Santana, Banzaê e Rui Barbosa, na Bahia.
Informações à imprensa:
Rafael Lopes – DRT/BA 4882
Celular/WhatsApp: (71) 9 8667 7215