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Programa Global: comunidades quilombolas seguem em luta no Alto Sertão Baiano

Áreas de Atuação

Povos tradicionais contam com apoio da Cáritas Nordeste 3 e de outras instituições

Publicação: 17/09/2022


As comunidades tradicionais no Alto Sertão da Bahia enfrentam violações de direitos dia após dia, decorrentes da ausência de políticas públicas e também pelos impactos dos grandes projetos de mineração e energia. Para somar na luta pelos povos e territórios, a Cáritas Nordeste 3, por meio do Programa Global das Comunidades de Nossa América Latina e junto aos demais parceiros, vem atuando na região e em outras três da Bahia e de Sergipe.

Na comunidade de Cachoeira de Baixo, em Pindaí (BA) e em outras dezenas de comunidades de Pindaí e Caetité, na região de Brejinho das Ametistas, os conflitos têm se intensificado com o avanço do pó de minério nas residências – sendo perceptível até mesmo na água encanada. Inúmeras casas das famílias estão danificadas por consequência das explosões na mina Pedra de Ferro, de responsabilidade da empresa Bahia Mineração.

Em reunião recente com a assessoria da Cáritas Nordeste 3, a população apresentou a necessidade de realização de um estudo sobre os impactos da mineração, como na água e na respiração das pessoas, a fim de denunciar e solicitar solução da mineradora e do poder público.


Assessoria da Cáritas Nordeste 3 dialogou com a comunidade Cachoeira de Baixo, em Pindaí (BA)


O Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS), conduzido pela Cáritas Diocesana de Caetité, está com edital aberto para submissão de propostas de apoio a pequenos projetos. As comunidades podem participar e, com projetos aprovados, terão recursos para apoiar as iniciativas locais nos eixos de formação, superação de vulnerabilidades e geração de renda. A experiência do FDS e a abertura do edital também foram apresentadas pela Cáritas para toda Diocese de Caetité durante encontro com as pastorais, movimentos, escolas e demais grupos acompanhados pela Cáritas.

No último mês de agosto, o Ministério Público Federal (MPF), o Conselho Municipal Quilombola de Caetité, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) e a Cáritas se reuniram com as comunidades quilombolas de Caetité para a escuta das demandas dos povos tradicionais. Ao todo, 14 comunidades participaram do encontro ocorrido na comunidade Lagoa do Mato. A promotora Marília Siqueira esteve presente e ouviu a pauta de reivindicações dos quilombolas em carta construída pelas comunidades, e apresentada por Leliana Pereira.


Reunião com comunidades quilombolas de Caetité teve casa cheia.


A reunião é resultado do processo de mobilização construído pelo Conselho Quilombola de Caetité em parceria com o MMC, Cáritas Nordeste 3 e Cáritas Diocesana de Caetité, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caetité e CPT.

Próximas agendas

Buscando possibilidades de geração de renda local, será realizada uma reunião na próxima quarta-feira (21), na comunidade de Cachoeira de Baixo, em Pindaí, para discussão do projeto de padaria comunitária para mulheres onde deverá ser socializada a experiência da padaria da comunidade Lagoa do Mato. Um levantamento de materiais também será feito para identificar a viabilidade da proposta e demais encaminhamentos. Na comunidade de Pau Ferro, uma Cozinha Comunitária já está em construção e tem a articulação e apoio da Cáritas Nordeste 3.

Contribuindo com a incidência política junto aos povos tradicionais, a Cáritas Nordeste 3 realizará, no dia 5 de outubro a primeira oficina de comunicação comunitária também em Cachoeira de Baixo – participarão também integrantes da comunidade João Barroca. Uma articulação com as comunidades também está em andamento para iniciar o processo de construção de protocolos de consulta livre, prévia, informada e de boa fé como forma de fortalecer a defesa dos territórios e a organização comunitária.


Assessoria de Comunicação Cáritas Nordeste 3

*Com informações da CPT/BA

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