As comunidades tradicionais no Alto Sertão da Bahia
enfrentam violações de direitos dia após dia, decorrentes da ausência de
políticas públicas e também pelos impactos dos grandes projetos de mineração e
energia. Para somar na luta pelos povos e territórios,
a Cáritas Nordeste 3, por meio do Programa Global das Comunidades de Nossa
América Latina e junto aos demais parceiros, vem
atuando na região e em outras três da Bahia e de Sergipe.
Na comunidade de Cachoeira de Baixo, em Pindaí (BA) e em
outras dezenas de comunidades de Pindaí e Caetité, na região de Brejinho
das Ametistas, os conflitos têm se intensificado com
o avanço do pó de minério nas residências – sendo perceptível até mesmo na água
encanada. Inúmeras casas das famílias estão danificadas por consequência
das explosões na mina Pedra de Ferro, de responsabilidade da empresa Bahia
Mineração.
Em reunião recente com a assessoria da Cáritas Nordeste 3, a população apresentou a necessidade de realização de um estudo sobre os impactos da mineração, como na água e na respiração das pessoas, a fim de denunciar e solicitar solução da mineradora e do poder público.
Assessoria da Cáritas Nordeste 3 dialogou com a comunidade Cachoeira de Baixo, em Pindaí (BA)
O Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS), conduzido
pela Cáritas Diocesana de Caetité, está com edital
aberto para submissão de propostas de apoio a pequenos projetos. As comunidades
podem participar e, com projetos aprovados, terão recursos para apoiar as
iniciativas locais nos eixos de formação, superação de vulnerabilidades
e geração de renda. A experiência do FDS e a
abertura do edital também foram apresentadas pela
Cáritas para toda Diocese de Caetité durante encontro com as pastorais,
movimentos, escolas e demais grupos acompanhados pela Cáritas.
No último mês de agosto, o Ministério Público Federal (MPF),
o Conselho Municipal Quilombola de Caetité, a Comissão Pastoral da Terra (CPT),
o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) e a Cáritas
se reuniram com as comunidades quilombolas de
Caetité para a escuta das demandas dos povos tradicionais. Ao todo, 14 comunidades participaram do encontro ocorrido
na comunidade Lagoa do Mato. A promotora Marília Siqueira esteve presente e
ouviu a pauta de reivindicações dos quilombolas em carta construída pelas
comunidades, e apresentada por Leliana
Pereira.
Reunião com comunidades quilombolas de Caetité teve casa cheia.
A reunião é resultado do processo de mobilização construído
pelo Conselho Quilombola de Caetité em parceria com o MMC, Cáritas Nordeste 3 e
Cáritas Diocesana de Caetité, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caetité e CPT.
Próximas agendas
Buscando possibilidades de geração de renda local, será
realizada uma reunião na próxima quarta-feira (21), na comunidade de Cachoeira
de Baixo, em Pindaí, para discussão do projeto de padaria comunitária para
mulheres onde deverá ser socializada a experiência da padaria da comunidade
Lagoa do Mato. Um levantamento de materiais também será feito para identificar
a viabilidade da proposta e demais encaminhamentos. Na comunidade de Pau Ferro,
uma Cozinha Comunitária já está em construção
e tem a articulação e apoio da Cáritas Nordeste 3.
Contribuindo com a incidência política junto aos povos
tradicionais, a Cáritas Nordeste 3 realizará, no dia 5 de outubro a primeira
oficina de comunicação comunitária também em Cachoeira de Baixo – participarão
também integrantes da comunidade João Barroca. Uma articulação com as
comunidades também está em andamento para iniciar o processo de construção de protocolos
de consulta livre, prévia, informada e de boa fé como forma de fortalecer a
defesa dos territórios e a organização comunitária.
Assessoria de Comunicação Cáritas Nordeste 3
*Com informações da CPT/BA